Entre um gole e outro, solidão

Um copo meio vazio de whisky no canto da mesa.

Eu à deriva em meio a garrafas.

Entre um gole e outro, o amargo do malte se mistura aos que carrego.

Em meio às minhas dúvidas,

Silêncio e solidão se misturam

A temores e incertezas.

Na ausência de respostas,

Garrafas vazias.

Afogo desilusões ou busco

Sentido onde o álcool se dissipa?

A garrafa vira, o vazio é preenchido.

O copo transborda.

A alma não!

Do outro lado, à mesa,

Iludido por uma liberdade que nunca será plena, o vazio permanece.

Cercado por estruturas invisíveis,

O olhar da mesa ao lado me define me limita.

No copo agora cheio, a ilusão de liberdade.

Em meio à ressaca do dia seguinte,

o reflexo da minha prisão:

Solidão.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 21/09/2024
Reeditado em 22/09/2024
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