A PENA E O POETA

Minha gente nordestina

veja só o que eu vou dizer

pois quem do caldo goza

também do osso pode roer.

Hoje em dia é tudo novo,

sobretudo o pensar,

no entanto é de se estranhar

até quem sabe falar

pois da vida somos cria

todo tempo a nordestar.

Quero lhes apresentar

com muito gosto e carinho

a velha pena da tinta

que hoje é pura ilusão;

um sabão para lavar até

mesmo certa corrupção.

Mas como no peito não falta

a sempre mesma emoção

posso lhes dizer de cadeira

que é bravo a solução

aquele que do povão

fora eleito poetão.

Me perdoem o tamanho

desta escrita mal traçada

pois na escola eu desconheço

o fulano que faz arte

mas nesta vida diária,

possa lhes garantir

que tudo que valha a pena

é razão do escrever

… pois se assim não for,

os poetas morrerão e passarão

a perecer… e no restante do

tempo, finda-se o merecer.

Quem sabe o santo perecer.

Pena

papel

inspiração.

Eis nesse fato o

direito de na justiça,

brotar a composição

de depois de estercar

pode brotar o

falar

falando

meditando

surgindo

emergindo.

Fluiu

correu na corrente…

sanguina.

É veia, somos

gente.

No pente.

Veja os cachos dos

cabelos meus.

Rapunzel.

Editada 29.12.1992

Reeditada em 29.09.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 21/09/2024
Código do texto: T8156449
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