A aranha faleceu
A aranha faleceu
Tentou a vida
Buscou se salvar
Para além da
Água quente
Quando a catástrofe
Ocorreu segurou-se
Na rede teceu
Com cuidado
Brio e maestria
Para ser sua
Casa pegar seu
Alimento se
Abrigar se
Proteger e
Saber pelas
Vibrações da
Rede como
Estava o ambiente
Ao redor
Quando a água
Mais quente
Podia bateu
No seu corpo
Encolheu e
Pareceu estar
Morta e reforçou
Sua rede
Mas a água
Foi mais forte
E com seu calor
Destruiu os fios
E pelou seu
Corpo frágil
Mesmo protegida
Em seu encolhimento
Réquiem para a aranha
Rezem por sua alma
Chorem por ter desaparecido
Uma vida costureira da
Terra tece e tecelã
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 18 de setembro de 2024.