TRAMELAS
Já tive receio do tempo presente.
Hoje tenho do atemporal futuro.
Temo idos passados trancafiados.
Com tramelas tênues de saudade...
Me recordo como titeriteiro sem devir.
Marionete de minhas dores todas.
Fantoche inane das vontades outras.
Eram medos tolos e coragens vãs.
Serão anseios indecisos e poucos.
Diacrônico Ser, tendendo à expiação,
Sorvendo lascivas lágrimas poéticas...
Correntes umbilicais arrastadas.
Nas noites, nas sombras, nos sonhos.
Mesmo com dor, não me postergo.