Mãos

Mãos que acolhem

São as mesmas que ignoram

Mãos que plantam rosas

São as mesmas que com espinho ferem

Mãos que acariciam

São as mesmas que esbofeteiam

Mãos que constroem a paz

São as mesmas que lançam bombas

Mãos que desafiam a liberdade

São as mesmas que se refugiam no medo

Mãos que ensinam

São as mesmas que nada dizem

Mãos que perdoam

São as mesmas que fazem o choro

Mãos que acalmam

São as mesmas que semeiam tempestades

Mãos que constroem travessias

São as mesmas que arquitetam trancas

Mãos que encorajam

São as mesmas que tecem o pavor

Mãos que escrevem poemas

São as mesmas que transbordam ignorâncias.

Benditas são as mãos

Que andam em comunhão

Nesse mundo tão doente e caduco.

Benditas são as mãos dos poetas

E dos amantes bêbados de prazer.

Benditas são as mais

Que espalham ternuras amores e empatia.

Duas mãos fazem parte do meu corpo

Elas já distribuíram bondades e maldades

Palavras vãs e transformadoras.

Hoje elas distribuem poesias

Compõem metáforas, palavras e adjetivos

Que tentam decifrar o indecifrável:

Quem sou eu? Quantas almas eu tenho?

Será que sou apenas o que o espelho reflete

Ou um personagem em fuga?

A unica e absoluta certeza que tenho

É a que tenho duas mãos

Repletas de linhas sinuosas,tomadas pelo tempo.

São as minhas mãos.....mãos de um simples poeta.

Professor Maluco Beleza
Enviado por Professor Maluco Beleza em 20/09/2024
Reeditado em 20/09/2024
Código do texto: T8155676
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