Sopro de Imensidão

A casa desperta com um rugido silencioso,

os lençóis abandonam a noite

como um rio que se liberta para o mar,

e as paredes respiram com o sol de outono

que abre seus braços para o infinito.

 

Na mesa, o pão não é apenas pão,

mas o fruto de mãos livres,

o calor de uma luta silenciosa

contra as amarras invisíveis do dia.

 

Cada gota de café derrama

não só a noite densa,

mas também a promessa de asas abertas,

o voo do homem que olha o horizonte,

esperando encontrar sua própria imensidão.

 

Lá fora, a cidade ruge e vive,

os corpos se movem como máquinas,

mas dentro deles há um grito de liberdade,

um amor que se ergue, indomável,

rasgando as rotinas que tentam prender a vida.

 

E no fim do dia,

quando a lua acende sua lâmpada

sobre as cabeças cansadas,

o mundo respira, e por um segundo

tudo se expande,

como se o cotidiano fosse apenas

o vento que nos leva para o céu.

 

Sonia Maziero
Enviado por Sonia Maziero em 19/09/2024
Código do texto: T8154998
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