Sopro de Imensidão
A casa desperta com um rugido silencioso,
os lençóis abandonam a noite
como um rio que se liberta para o mar,
e as paredes respiram com o sol de outono
que abre seus braços para o infinito.
Na mesa, o pão não é apenas pão,
mas o fruto de mãos livres,
o calor de uma luta silenciosa
contra as amarras invisíveis do dia.
Cada gota de café derrama
não só a noite densa,
mas também a promessa de asas abertas,
o voo do homem que olha o horizonte,
esperando encontrar sua própria imensidão.
Lá fora, a cidade ruge e vive,
os corpos se movem como máquinas,
mas dentro deles há um grito de liberdade,
um amor que se ergue, indomável,
rasgando as rotinas que tentam prender a vida.
E no fim do dia,
quando a lua acende sua lâmpada
sobre as cabeças cansadas,
o mundo respira, e por um segundo
tudo se expande,
como se o cotidiano fosse apenas
o vento que nos leva para o céu.