Ritmo e Vida
O dia começa sem pedir licença,
Acorda na esquina de um bocejo
E vai se esticando devagar,
Entre o café morno e a janela aberta,
Onde o vento sussurra possibilidades.
Lá fora, o mundo anda apressado,
Mas por dentro, somos livres,
Desfazendo o peso das horas
Nos passos leves de quem sonha.
O sol faz sua visita na varanda,
Enquanto a poeira dança ao som do vento
E o tempo escorre, sereno,
Por entre os dedos que tocam o céu.
Há poesia no pão que se parte,
No voo solto de um pássaro,
No rastro de um sorriso leve
E na liberdade que se encontra no ar.
Afinal, o cotidiano é um milagre discreto,
Uma canção de asas abertas
Que só ouve quem sabe sentir
A liberdade nos gestos miúdos.
E ao final do dia, ao se encerrar,
O milagre permanece, silencioso e verdadeiro,
Como um eco suave nos nossos corações,
Revelando a beleza de estar aqui,
Simplesmente sendo e sonhando.