Ritmo e Vida

O dia começa sem pedir licença,

Acorda na esquina de um bocejo

E vai se esticando devagar,

Entre o café morno e a janela aberta,

Onde o vento sussurra possibilidades.

 

Lá fora, o mundo anda apressado,

Mas por dentro, somos livres,

Desfazendo o peso das horas

Nos passos leves de quem sonha.

 

O sol faz sua visita na varanda,

Enquanto a poeira dança ao som do vento

E o tempo escorre, sereno,

Por entre os dedos que tocam o céu.

 

Há poesia no pão que se parte,

No voo solto de um pássaro,

No rastro de um sorriso leve

E na liberdade que se encontra no ar.

 

Afinal, o cotidiano é um milagre discreto,

Uma canção de asas abertas

Que só ouve quem sabe sentir

A liberdade nos gestos miúdos.

 

E ao final do dia, ao se encerrar,

O milagre permanece, silencioso e verdadeiro,

Como um eco suave nos nossos corações,

Revelando a beleza de estar aqui,

Simplesmente sendo e sonhando.

Sonia Maziero
Enviado por Sonia Maziero em 19/09/2024
Código do texto: T8154997
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