NEM SEMPRE SÃO
Nem sempre um poema é
aquilo que os poemas são.
Às vezes são aconchego de janela.
Frágil vidraça e brilhos de vela,
deixando a magia do momento
neste outro lado de cá do tempo,
onde o que arde também faz frio
e estremece corpo, em susto e desafio…
(mas que, ainda assim não se atreve,
não chega nunca bem a ser neve,
é só um arrepio ainda a acontecer
em quem se estremece de prazer…)