Pixels da solidão

Fugindo do meu vazio

busco quem sou.

Crio mil e um avatares

Sou vários, mas nenhum.

Uma angústia a cada máscara.

A solidão se amplia,

num novo vazio.

Permaneço só

numa multidão de janelas.

Em cada avatar

um novo cárcere.

Liberdade se esvai,

fluida em algoritmos.

Reflexo disforme em Led,

pixels, pulverizados em perfis.

Representações reduzidas, rascunhos rasos do que sou.

Sou isso?

Identidade líquida,

sequência binária de 0 e 1?

É melhor desplugar

e voltar ao vazio de outrora.

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 18/09/2024
Reeditado em 28/09/2024
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