Apenas, eu
Sou um pedaço da tarde que cai, em monótona melancolia...
Sou o voo solitário do pássaro que perdeu seu ninho
e não tem para onde regressar...
Sou um pouco da luz que se atenua, assim como tênues são os batimentos
dos corações que esperam em vão.
Sou o ruído constante da corredeira, que não tem pressa
para esculpir sua história nas pedras.
Sou a folha que se desprende do cume da paineira
e se deixa levar pelos ventos até que cumpra seu destino.
Sou o silêncio da solidão.
Sou a escuridão que virá.
Sou o barco à deriva, navegando em rumo incerto,
Sou o livro roto, contando uma história da qual se perdeu o final.
Ou apenas eu, com saudades de você.