Ando em busca de olvidos

Ando em busca de olvidos

que se perderam no tempo e no espaço

de um sonho que o Poeta um dia tinha.

Olho no espelho e só vejo a dor

de uma realidade que o choca e machuca.

 

Existe uma guerra que não vejo,

uma luta angustiante que é invisível aos olhos,

mas que sinto no falar amargurado

que me olha no espelho.

Um olhar que se olha e se vê

e só consegue se perceber em nulidade, em ostracismo

e não se vê na tentativa de autossabotagem

dos próprios sonhos.

 

Ando em busca de olvidos

que carreguem memórias que tanto doem,

que deixem amainar o sofrimento

com o sopro suave das brisas.

E que tirem essa dor que anestesia os sentidos

e fazem minha voz de amor

tornar-se inaudível no Coração Amado.

 

Ando em busca de olvidos que dancem ao vento

como as folhas outonadas de vida

que fazem meus cabelos branquearem

e a retina dos olhos tornarem-se amarelecidas pelo tempo.

 

Peço que me/lhe devolvam

o antigo brilho do olhar que não existe mais,

que acendam a face cansada e pálida

pelas dores e marcas do tempo

e sequem a lágrima que se materializa no silêncio...