Espanto
Eu me espanto, no frio da madrugada,
Quando a solidão me abraça sem ser chamada,
E a lua, cúmplice dessa jornada, ilumina a estrada,
Onde meus pensamentos vagam, sem dizer nada.
Eu me espanto ao perceber tua ausência,
Que pesa com veemência, mais que a própria existência,
Pois teu rastro nefasto é feito de reminiscências,
Que deixam meu coração refém da inconsciência.
Eu me espanto, nas sombras do passado,
Onde o amor já foi um sonho acalentado,
E agora apenas passado, um eco sussurrado,
Que nas lembranças se perde sem ser guardado.
Me espanto, e aceito, que tudo se desfaz,
Que o tempo leva o que o coração não traz,
Mas no silêncio o amor persiste em falsa paz,
Devorando minha alma em fome voraz.