Ao chegar na estação

Ao chegar na estação

Olhei ansioso para ver você

Toda a viagem pensava

No momento visse você

Me esperando com um sorriso

Braços abertos no bem-vindo

Não estava lá

Peguei a mala e a mochila

Pensando lhe notasse

Em algum outro canto

Da estação

Para acenar para mim

E mostrar estava lá

À minha espera

Procurei com os olhos

Em todas as direções

Queria sentir o cheiro do

Seu perfume preferido

Então caminhei pelas

Veredas da casa

Preocupado, pensativo

Triste e sem saber

Se andava devagar

Ou rápido para lhe encontrar

Por momentos tive

Vontade de voltar à estação

Pegar o caminho de volta

De onde vim

Ao chegar à casa não quis

Abrir a fechadura

Bati à porta

Talvez por querer

Viesse abri-la

E me envolvesse em seus braços

Ao destrancar a porta

Chamei seu nome

Angustiado, a casa

Vazia, limpíssima

Arrumadíssima e em silêncio

Não havia ninguém

Procurei por todos os cantos

E no quarto busquei um bilhete

Pelo menos e não havia nada

Sentei-me na cama e não sei nem

No pensei e eis abre a porta

Pus-me de pé e surgiu você

Com um pacote de pães na mão

Esperei de novo o abraço

E só ouvi: Ah! Você chegou

Como se tivesse ido comprar

Cigarros há cinco minutos

Olhei para seus olhos

E você me disse: Trouxe pães quentes

Vou fazer um café.

Você deve estar cansado

Descanse um pouco enquanto

Sai o café.

Dormi para esquecer a chegada

Tão fria tão nada

Quando acordei

Os pães e o café já estavam frios

Esquentei no micro-ondas

Passei margarina no pão sem animação

E vi havia chegado no dia da indiferença.

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 26 de janeiro de 2024

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 16/09/2024
Código do texto: T8152622
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