MEUS VERSOS

MEUS VERSOS

Meus versos são restos de um suplício...

Que vão se espalhando com lentidão

Nunca temem saltos de precipício

Se distantes estiverem da multidão...

Meus versos são gotas de artifício...

Que caem e resvalam num grotão

E o fazem como se fosse um indício

Mais rápido do que rasga o trovão...

Meus versos, se tristes, não os evito...

Pois vão se transformando em refrão

Que abre-me mais nítido ao que existo

E não calam o mesmo ser em questão...

Meus versos só dizem o nunca dito...

Só querem de mim, uma permissão

De serem num livro, o que estar escrito

A ser passado ao leitor de mão pra mão...

(MEUS VERSOS - Edilon Moreira, Janeiro/2017)