Quisera eu

Quisera eu te soltar suavemente

E, te abraçando, te deixar

para seguir caminhos diversos

sem que fosse feito bruscamente.

Porém, não quis me dar essa chance.

Quis forçar situações que apenas réus confessos

se submeteriam. Logo, ao imaginar

e me ver na possibilidade de seguir meu caminho,

caí em mim mesmo com tua falta de confiança e tua abundância de vitimismo,

algo que você sempre soube que muito prezo em qualquer lance.

Algo que você, eu, e todos os copos e taças de vinho

testemunharam, em nossa noites embriagadas.

Quisera eu não agir assim, não visualizar abismos pelas beiradas.

Quisera eu ver que você mudou, evoluiu, se superou em sua mente.

Quisera eu perceber que há atitudes adultas, mas só há atos insossos.

Quisera eu que você fosse a mulher que havia encontrado o próprio caminho.

Mas, não. Resolveu que nada mais importava.

Resoluta, dissolve nossos momentos

como miseráveis e melancólicos eventos

de uma mistura triste de sacrifícios sem efetiva compensação, em puro psicologismo.

Quisera eu pensar que não chegaria ao ponto de dizer que, de ti, eu... gostava.

Pois, convenhamos... o modo pretérito no presente é sempre uma realidade terrível.

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 15/09/2024
Reeditado em 15/09/2024
Código do texto: T8151872
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