Quisera eu
Quisera eu te soltar suavemente
E, te abraçando, te deixar
para seguir caminhos diversos
sem que fosse feito bruscamente.
Porém, não quis me dar essa chance.
Quis forçar situações que apenas réus confessos
se submeteriam. Logo, ao imaginar
e me ver na possibilidade de seguir meu caminho,
caí em mim mesmo com tua falta de confiança e tua abundância de vitimismo,
algo que você sempre soube que muito prezo em qualquer lance.
Algo que você, eu, e todos os copos e taças de vinho
testemunharam, em nossa noites embriagadas.
Quisera eu não agir assim, não visualizar abismos pelas beiradas.
Quisera eu ver que você mudou, evoluiu, se superou em sua mente.
Quisera eu perceber que há atitudes adultas, mas só há atos insossos.
Quisera eu que você fosse a mulher que havia encontrado o próprio caminho.
Mas, não. Resolveu que nada mais importava.
Resoluta, dissolve nossos momentos
como miseráveis e melancólicos eventos
de uma mistura triste de sacrifícios sem efetiva compensação, em puro psicologismo.
Quisera eu pensar que não chegaria ao ponto de dizer que, de ti, eu... gostava.
Pois, convenhamos... o modo pretérito no presente é sempre uma realidade terrível.