SIMPLES CONCLUSÃO

Tenho sede do desprendimento da alma livre, ingênua como o impossível. Quero fora de mim esse medo que não me permite acreditar que o depois não é apenas dor. Esse medo que sabota minhas vontades, que anula meus desejos, essa vergonha de mim, que não deveria estar em mim. Quando menos esperamos ele chega, o momento, abrupto e não mais ameaçador. Deixe então que a dor dilacere, deixe que o sangue escorra até a escassêz. Permita que as lágrimas inundem teu quarto qual uma turbulenta tempestade. Até esta última deve ter fim, pois não há chuva que não dê lugar ao sol, e não há pranto que perdure para a eternidade. Não há dor que não tenha alívio, não há amor que não se acabe.