Paradoxos

Também viajo o mundo sonhando.

Nasci um pequeno centauro

de arco e flechas na mão

ardendo estradas para os pés da alma.

 

Olho minhas paredes de dentro

as infinitas perguntas e as sem respostas

de um calar que diz tudo de si mesmo.

Assim como falaram

os olhos intensos de sentimentos.

 

Ah! Se pudesse agora contemplá-los...

Neles mergulharia e me abraçaria

aquietada em mim mesma

como se fossem do Sol os braços meus!

 

É que não sei enrolar as fibras soltas do peito.

Nem afrouxar os laços feitos.

Paradoxos que se cruzam num mesmo território.

 

Por isso, me desenho na paisagem em branco.

Abro asas por sobre o pergaminho do tempo

e voo mares e penhascos nas fendas de dentro.

Como um Sol que viaja universos,

sem nem mesmo sair do lugar.