Para a menina que chorava
Era uma menina que chorava
Às margens da avenida
No meio da rotina que passava
Tinha a expressão sentida
Parada, apática, perdida
Apenas secava as lágrimas
Que seu rosto banhava
Na calçada, a cidade ia e vinha
E ninguém, ninguém a ajudava
Pensei em socorrer a pobrezinha
Mas também eu ocupado andava
Com meus próprios dilemas
Levando comigo meus problemas
E o dever do dia me chamava
Assim, deixei-a onde estava
Ao menos lhe escrevi esse poema
Para a menina que chorava