Autopsicanálise Poética

Já não me suporto,

Por isso me entorto.

E no mundo mal me comporto.

Doidice...

Eu me amo,

Mas de mim sempre reclamo

E a minha inutilidade proclamo.

Antipático...

Depois de discussões íntimas a esmo,

Troco tapas comigo mesmo,

E das brigas faço textos.

Complicado...

Nunca quis ser eu,

Mas nunca consegui ser outro. Isso deu

Uma baita neurose. Não entendeu?

Nem eu, também. Loucura pura...

Nunca quis envelhecer,

Mas como a outra opção seria morrer,

Fui obrigado a velho ser.

Inferno...

Quis ser mocinho, mas tinha pouco peito,

Quis ser bandido, mas não tinha muito defeito...

Fiquei no meio, não houve jeito.

Que chato...

Amei muitas mulheres, nenhuma era a certa,

Por causa disso, me tornei poeta.

Ou somente um pateta

Fazendo versos? Sabê-lo quem há de...

Resumindo: tenho problemas para viver comigo,

E é impossível viver "sem migo".

Então, sigo!

E mais não digo...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 13/01/2008
Reeditado em 13/09/2008
Código do texto: T814966
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