POR CAUSA DA CHUVA, O MEL

POR CAUSA DA CHUVA, O MEL

Quisera a densa chuva secasse

Entre a noite de bruma que deságua no rio do sol

Chega sorrateiro este infante

Quase nem aparece enquanto a lua ainda vislumbra no céu

Mas isso é só amanhã, na aurora

Agora o grosso manto escuro encobre o brilho dos diamantes

A lua fica longe, escondida atrás das nuvens escuras e cheias d’água.

Quisera a densa chuva secasse

Para que meu coração pudesse sentir outra vez

Aquele doce mel que tantos poetas provaram com suas palavras

Mas que poucos se lambuzaram com seu melado

Mas para quê secar a densa chuva?

Que egoísta sou eu

As nuvens também têm o direito de chorar

As árvores e suas folhas

Merecem o banho que vem do céu e da terra

Onde se alimentam não do mel dos poetas

Mas da comida da vida

Onde nada cessa

Nem a lua, nem o sol, nem a chuva, nem o mel

Transformam-se somente

Escondem-se, cessam e morrem

Para ressurgir com cara nova ali adiante

Olhem, escutem só!

Cessa a chuva

Vistes?

As nuvens se alegram novamente

Pois já cumpriram o dever

De amolecer a semente

Para que a abelha possa pousar na flor que dela se originar

E daí, fabricar o mel

Para que o poeta nunca pare de poetar.

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Alma Collins
Enviado por Alma Collins em 13/01/2008
Código do texto: T814914