Ilusões

Apagam-se as luzes, esmorecem as cores,

Anulam-se sonhos, morrem razões...

Foge a alma e com ela os desejos,

Quando se acabam, as ilusões.

 

As chuvas são frias, as noites congelam,

O tempo parado se nega a passar,

Ficamos inertes, sofrendo calados,

Nada mais resta, a não ser esperar.

 

Mas o sol talvez nasça, atrás da vidraça,

E mil passarinhos fazendo arruaça,

Ensinem que a vida, é recomeçar

 

E as nuvens cinzentas, que escondem o céu,

Deslizem ligeiras, removendo o véu,

Que encobre o amanhã e limita o sonhar.

 

No replantio dos anseios perdidos,

Acontece o milagre do renascer,

Apostando em fartas colheitas da vida,

Certamente ilusões, voltem a florescer.