sorvete do meu sangue

é hora de arrancar

o que não me cabe nas veias

para que ao luar abrasante

do fim dos dias

você refresque a gula pela usura

enterrada no sorvete do meu sangue

quando o milagre da sobrevivência

deixar na estrada as novas criaturas

e o caos instalado como túmulo

de todos os senhores ecoar pelos desertos

o sol nasce para reduzir a carvão

o sonho de amar o ser que um dia foi mulher