A famosa Verdade
Prazer, Verdade. Historie-me se for capaz
Não me arranque o sonhor de ser
Pouco me deixam em paz
O que querem é me esconder.
Não minto, pois isso jamais
Não sou de me exibir
O medo não me satisfaz
Às vezes sou usado para coibir.
Não que fosse minha intenção
Mas os polêmicos me adoram
Não que tivesse eu, outra versão
Mas os fatos me adotam.
Se descoberto, mudo vidas
Vítimas podem ser agressores
E de mim, eles têm medo
E que às vezes, salvo até amores.
Troco vingança por feridas
Por mim, altero até as cores e sabores
Ouço em todas as pessoas, suas dores
Desde o tempo dos escravos e seus senhores.
Indica-me em teus argumentos
Encanto ao som dos teus lábios
Posso libertar indignados
E fazer justiça natural aos hábeis.
Escreveram muitas obras sobre mim
Nunca saio da boca do povo
Todos queriam que fosse assim
Lembram de mim, de novo e de novo.
Mesmo, sendo açoitada de mentiras
Nunca ter sido reconhecida por lei
Sempre fui dizimada por tiras
E por fenômenos dos quais sou rei.
Não sou inventado
Tampouco convenso
Muito se fala de mim
Mas nunca falam da Verdade.