Silêncio e dor

Fiz do meu corpo um livro

E coloquei na capa a agonia.

Meus pulsos foram cada página

Onde eu rabiscava à faca

Palavras que ninguém lia.

No extremo das minhas dores

Que somente eu sofria

Não digitava nada,

Mas rabiscava à faca

Palavras que ninguém lia.

E quando o medo de não caber

Em mim, me entorpecia

Eu não gritava nada

Mas rabiscava à faca

Palavras que ninguém lia.

Não há borracha que apague

As feridas de quando eu morria

Então hoje eu escrevo

Nos profundos cortes

Dos meus pulsos, a poesia.

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 06/09/2024
Reeditado em 08/09/2024
Código do texto: T8145922
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