A angústia do amarelo setembro
No setembro amarelo, vamos celebrar,
A vida, a esperança, o lindo amar.
Mas entre fitas e sorrisos, é comum,
Ignorar a dor que não se vê em nenhum.
“Fale, desabafe!”, gritam de longe,
Enquanto o coração espreme, responde:
“E se eu falar? O que vão fazer?
Trocar a dor por um simples café?”
Nos feeds, selfies com sorrisos tão largos,
Poesias e mensagens, todos são fardos,
Mas na esquina da angústia, ninguém para,
Apenas cliques, depois a vida que aclara.
É moda agora cuidar da mente,
Mas só até o final do mês, bem presente.
No dia primeiro, a vida volta ao normal,
E o “como você está?” fica banal.
Então brindemos, com copos de ilusão,
À conscientização, mas sem coração.
Setembro é amarelo, mas só por um mês,
Depois a correria retoma a sua vez.
Assim, seguimos neste ciclo eterno,
Aplaudindo a vida, tão frágil e terno,
Mas em setembro, vamos todos festejar,
E em outubro, quem sabe, voltar a calar.