Alma em verso
Sou poeta, mas sou fera,
Com alma que nunca espera,
Nasço fogo, queima e arde,
No papel faço alarde.
Sou a força de um trovão,
Ecoando no sertão,
Sou o vento que sacode,
Que desmancha, que explode.
Se a raiva me domina,
Viro tempestade fina,
Mas no amor, sou calmaria,
Um jardim que se irradia.
Se no verso eu me encontrar,
Sou o mundo a desbravar,
Num grito que ninguém cala,
Poeta que nunca se abala.
Desbanquei-me, me enfrente,
Sou o verso, sou torrente,
E o universo, meu lugar,
É meu palco a conquistar.