"O CÚMULO DA REVOLTA" Poema de: Flávio Cavalcante

O CÚMULO DA REVOLTA

Poema de:

Flávio Cavalcante

No silêncio que devora o grito

No olhar que se perde no abismo

Encontro com a sombra do infinito

Traz uma revolta, chamada cinismo.

A dor queima o peito em brasa

A injustiça que vira uma praga

Cada promessa é uma enorme asa

Que o vento da mentira encolhe e rasga

O cúmulo é ver a certeza da verdade

Ser vendida em leilão chulo e barato

O acervo é lamentar que a liberdade

Seja expurgada numa redoma de contrato.

Mas o fogo que me arde e consome

Queima as correntes de todo o medo

Revolta, sussurro sempre teu nome

E no meu grito, respeito, me curvo e me cedo.

Quebro as algemas do meu peito

Desfaço o nó que estava na garganta

Revolta, em ti me abraça e deleito

Enquanto a doce esperança, se planta.

O cúmulo da minha revolta

É a chama que nunca se apaga

É a fé que o tempo jamais se solta

Mesmo quando a vida, seja uma saga.

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 04/09/2024
Código do texto: T8144399
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