Poemas
A costureira virtuosa
Barulho de máquina de costura, barulho de trabalho
levanta cedo pela manhã e já lava a louça
faz ela o café e vai para o trabalho
pega os raios de sol e tece
pega as linhas do destino
costura com os sonhos, a saudade tece
sua vida é costurar
cuidar dos filhos e do marido
sua vida é amar
Seus filhos não sentem frio
ela sempre tece para aquecê-los
seu marido anda bem vestido
ela é a mulher virtuosa
mede aqui e corta ali
tem cliente bom e tem cliente chato
a moda é sempre o que a cliente quer aqui e ali
vestidos em forma de beleza
corte e costura em formas de sorrisos
costurar é arte e beleza
trabalha ela para ganhar o pão de cada dia
Deus a abençoe cada dia
Deus está com ela todo dia.
A linha que tece as fibras do teu coração
são as linhas da vida
um alfaiate do destino
um costureira das tramas desta ilusão passageira
Era assim na oficina de costura
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Recitando o poema Nise
Davy F. Almeida
Nise? Nise? Onde estais? Nise?
Nise você é surda? Me responde ! Merda !
Nise? Nise? Liga o aparelho auditivo
Nise vamos comer um churras e tomar um chimas?
Nise eu não sou algum vaqueiro que vive de guardar o gado alheio
sou churrasqueiro. Vaca não é para guardar é para comer.
Nise? Nise? Cade ocê mulé? Nise? Nise?
Aqui em Minas a gente é inconfidente.
Nise você já comeu o queijo de Minas Gerais, é bão !
Nise? Nise? Vou aprender Libras. Vou aprender a linguagem dos
surdos mudos. Eu te chamo e você não responde.
Nise? Nise? Nise? Onde estais?
Vou ligar a cobrar para a Nise. (ligando para Nise...)
Secretária eletrônica: No momento não podemos atendê-lo, sua
mensagem será encaminhada para a caixa postal.
Alô Nise? Nise? (gritando) Nise? Nise?
Ela deve estar com o Joaquim Silvério dos Reis,
aquele traíra, dedo duro e talarico.