PRA QUEM ME VÊ
Quem me vê assim, afoito
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o medo
Que tanto sacode meu ar.
Quem me vê assim, solene
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o lastro
Que tanto ecoa meu ar.
Quem me vê assim, encardido
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o suor
Que tanto alegra meu ar.
Quem me vê assim, domado
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o vazio
Que tanto rodopia meu ar.
Quem me vê assim, acuado
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o gozo
Que tanto arremata meu ar.
Quem me vê assim, desalmado
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o grito
Que tanto nina meu ar.
Quem me vê assim, sorrateiro
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora o querer-bem
Que tanto aflora meu ar.