PRA QUEM ME VÊ

Quem me vê assim, afoito

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o medo

Que tanto sacode meu ar.

 

Quem me vê assim, solene

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o lastro

Que tanto ecoa meu ar.

 

Quem me vê assim, encardido

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o suor

Que tanto alegra meu ar.

 

Quem me vê assim, domado

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o vazio

Que tanto rodopia meu ar.

 

Quem me vê assim, acuado

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o gozo

Que tanto arremata meu ar.

 

Quem me vê assim, desalmado

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o grito

Que tanto nina meu ar.

 

Quem me vê assim, sorrateiro

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora o querer-bem

Que tanto aflora meu ar.

 

 

 

 

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 04/09/2024
Reeditado em 08/09/2024
Código do texto: T8143780
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