O BÊBADO



Por que te vejo assim jogado ao léu 
Como se fosse um bicho, desnudo, 
Bêbado, sujo, a dormitar no céu 
Que inclemente te serve de escudo?

E vamos todos passando ao largo 
Como uma tropa de homens eternos
E tu, no teu mórbido sono 
Vai, implacavelmente, vomitando o inferno. 

Sem compreender este ato louco 
O que te levou a tornar-se bicho 
Vamos todos, engulindo aos poucos 
O grito da rua que ressoa aflito.
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 12/01/2008
Código do texto: T814355
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