Sob o Véu das Estrelas
Ah, se as estrelas pudessem falar,
Eu teria companheiras nas noites sem fim,
Reluzentes e fiéis no vasto luar,
Trariam consolo ao que há dentro de mim.
E se a lua pudesse me sussurrar,
Eu seria alguém de tão grande sorte,
Pois na solidão que insiste em ficar,
Encontro alívio no brilho do norte.
Meu mundo é um deserto, um chão sem flor,
Onde a tristeza faz morada,
Cada verso meu carrega essa dor,
Mas minhas palavras não serão caladas.
Continuarei a transformar a saudade,
Em versos que o coração liberta,
E mesmo na ilusão de uma felicidade,
A poesia é o que me resta.
Vejo o pôr do sol e respiro o fim,
Da esperança que um dia alimentei,
E, nos momentos que te tive em mim,
Não te amei como hoje eu sei.
Agora, sem ti, meus dias são sombras,
E meu coração sofre em profundo lamento,
Olho a lua, minhas amigas estrelas,
E me pergunto o porquê desse tormento.
Ah, meu Deus, por que tanto sofrimento?
Por que essa dor que não cessa?
Mas nas palavras encontro alento,
E na tristeza, uma força que me fortaleça.