A MAGIA DO COTIDIANO
Amar, ah, amar não se encerra
em gestos grandiosos,
mas se revela na dança suave
dos dias que se entrelaçam.
E o sorriso que você faz quando dorme,
é um poema sussurrado
na madrugada silenciosa,
e o meu deleite ao te observar,
sentindo nossa vida em cada detalhe.
Na janela, o sinal da chuva fala,
o mundo se adianta e nosso relógio atrasa,
nosso bom dia na correria,
a mudança que demora,
o nosso lar que ainda não chegou.
Fragmentos de um todo,
nossos fragmentos,
tecem a história que somos,
encontrando a essência
no trivial que nos abraça.
A feijoada aos sábados,
o canto desafinado no karaokê,
cada risada, cada lágrima,
são notas na nossa canção.
Ainda assim, deixamos o lugar seguro
e abraçamos a aventura juntos
— e o lugar desconhecido se fez nosso lar
em forma de carinho,
num pacto silencioso
que nos mantém firmes.
Mas mesmo quando esquecemos as chaves,
nós guardamos nossos risos na memória,
pois sabemos que o que importa
é a certeza do outro.
Os móveis podem faltar,
mas a nossa cumplicidade
é o que preenche os vazios da casa.
Cada conversa após o trabalho,
cada descanso em seus braços,
são remendos na colcha da vida.
Enquanto o mundo grita lá fora,
nós encontramos um refúgio.
Nos olhos, um do outro, cansados,
um lar que se revela,
e no cansaço compartilhado,
uma promessa eterna:
“Vamos dormir juntos, sempre.”
Na correria da vida,
o amor é uma pausa,
um sopro de calma no meio do caos.
E, apesar das tempestades,
escolhemos seguir,
porque no final,
é o afeto que aquieta a alma,
o amor que transforma
as lutas em poesia.
Sou grato por cada momento,
por mais simples que sejam,
pois ao seu lado,
a vida é um verso,
uma canção que nunca termina.