setembro
o ar desse setembro veio carregado de fumaça.
sinto sua aspereza roçar minha epiderme; meus olhos mais secos, minhas mãos emurchecidas.
cinzas sob minhas unhas.
as copas balançam num silêncio inquieto.
o branco do céu não vem da luz.
é setembro.
e, contudo
um outro setembro
(parece, agora, tão distante)
pesava-me mais leve
acariciava-me em sua bruma
é setembro
e temo que este ano
não traga primavera