Fardo das escolhas

Embora perfeito,

Vejo-me incompleto no todo.

Numa luta entre o rochedo e o mar,

Busco minhas escolhas, na plenitude da palavra.

Às vezes sou rochedo,

Outras, mar.

Essa dualidade me inquieta e angustia,

Acabo por saber quem não sou!

Diante do infinito

E da finitude das coisas,

Não posso me conformar em ser apenas o que sou,

Pequena partícula:

grão de areia ou

gota d'água no caos de toda essência.

O que sou não me preenche,

E o universo, por ser infinito, e deveria me acolher, ignora

Se sou mar,

Se sou rochedo.

Urge transcender:

Não ser areia,

Não ser água,

Mas deixar de ser lagarta, tornar-me borboleta

E voar em busca da liberdade,

Que como lagarta nunca tive,

Em meio ao mar e o rochedo que pensei ser.

E após essa transcendência,

O que virá? Não sei.

Isso novamente me inquieta,

A ponto de ser consumido pelo fardo das minhas escolhas!

Divino Alves de Oliveira
Enviado por Divino Alves de Oliveira em 02/09/2024
Reeditado em 02/09/2024
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