A poesia da dor
Quanta poesia há na dor?
No remoer sentimento
Os espinhos da flor
Havidos por contentamento
A constância da inconstância
Neste emaranhado em mim
A fiel observância
Sedento pelo sim
É um contentar-se simplesmente
Com tamanha dor
Viver insistentemente
Os espinhos da flor
Porque nos raros sorrisos
Perco-me na festa
Destes azulejos lisos
Que trago na testa
A dor purifica
Lapida a poesia
Festa justifica
Apenas a euforia