FOME DE MIM MESMO
Não sei
quantas noites
cabem no meu silêncio
ou quantos segredos
comportam meus vazios,
vertigens e empalidecimentos.
Há uma parte de mim
que falta,
que foge,
e me reduz a uma fome
que me consome.
Esta parte de mim ausente
é aquela que nega meu nascimento,
que pertence a morte
e se realizará plenamente , um dia, através do meu desaparecimento.