A P O C A L I P S E (DES-HUMANO)
Quando será Deus-terra, que o homem
de fato, algo valerá?
Vós sois humano, gente nossa de
cada dia, entretanto, há de se perguntar:
Por que, Deus nosso?
Vidas devem tombar, por um palmo
de terra, meio quilo de feijão… por que
tanta traição?
Ora por nós, pobre, delinquentes e
meros mortais… ainda em busca de
revelar-nos, quem tu és?
Entraram em nossas vidas, sem ao
menos pedir-nos licença, atiraram
tirou-nos o direito sacro de a essa
terra pertencermos.
Atearam fogo em nossas vidas,
fez surgir em nós o violar,
violentar de vidas tão pequeninas,
que nada queriam, senão, apenas…
estudar.
Aprenderem a ser gente.
A besta fera do sistema teima
em nos querer convencer de
nada somos, talvez, uma pequena
borra da cidadania…
Não é verdade? Somos sim…
Povo… desta pátria-mãe-terra
idolatrada
respeitada
berço esplêndido, no entanto,
Ó ave-mãe-vagueia… nem
tão pouco, ainda, filhos somos.
Ministros, autoridades, políticos
todos desceram dos seus
afazeres
para dizer algo… entretanto,
a mamãe sociedade, o que fez,
no dia que nossos filhos
tombaram
espoliados pela ignorância
do nada ser.
Companheiros, companheiras
eis os fatos dados, que nos fazem
entender que do céu, só chuva
pode cair… assim mesmo no
tempo certo. Não podemos
dormir nesse berço da
injustiça magra que nos
fere a raça.
Amada, salve, salve.
Arregaçar as mangas…
vencer os pastos
superar os tantos que
preconceituosamente
nos tratarão de
sub-versivos
violentos
déspotas.
Porque não somos e jamais
Seremos o que queremos.
Parte dessa terra mãe, onde
o Pai nos semeou e nos
tornou irmãos.
Saibam companheiras
e companheiros,
Movimento tem que se fazer
Sem medo de ser quem somos… guerreiros dos Palmares
Tendo a luta pela terra como nosso lema, cujo tema é viver
sem nenhum coronel nos fazer sofrer.
Quem partiu, interceda, por nós que aqui restamos
e os poucos sobraram
e ainda não se emendaram
tire do peito a mágoa e vamos
para a luta marchar,
custe o que custar.
Vamos marchar
para a terra que
iremos herdar.
Bandeiras vamos hastear.
Editada em 24.11.2004
Felisburgo-MG
Chacina na zona rural.
Reeditada em 30.08.24
Eugênio Costa Mimoso.