Sinais

Eu que testemunhei a premonição

Eu que adormeci com cuidado

Para não perder nenhum segundo

Eu que vi o sonho ser despedaçado

Ignorei os sinais de minha própria imaginação

As ondas que quebravam ao meu redor

Os espelhos que refletiam minha insensatez

Minha sombra que sempre me deixava só

Me guiou para a luz pela última vez

A essência de uma vida inteira

Finalmente me consumiu...

Um vento fora de rumo

A tempestade em outra direção

Meus pés sem tocar o chão

Deixam as marcas para o destino me seguir...

Eu que vivi uma lúgubre fantasia

Eu que chorei, gritei e me arrependi

Não enxerguei que as estrelas me alertavam

Que o sacríficio não iria me redimir

E que a dor seria tudo que restaria

As horas que passavam sem remorso

Os vestígios deixados sem sentido, sem dono

Meu pesadelo constante, sonhar já não posso

Minhas pétalas jogadas ao abandono

A dúvida de uma vida passageira

Finalmente me redimiu...

Aos poucos os sinais se extinguiram

Sufocando-me com a solidão

Promessas de harmonia me iludiram

Para que eu não temesse a escuridão

Mas esse coração, quanta inocência

Fechou os olhos e se deixou levar

Uma esperança abandonada em carência

Os sinais do fim o tempo ousou apagar..