Confusidade

Extraiu a minha alma como se fosse sua

Esculpiu meu corpo como se fosse seu

Distraiu minha mente como se fosse rua

Destruiu meu ser como se fosse breu

Verdadeira mentira que tua boca trás

Ardilosa serpente, consertam línguas más

Armada de falácias da estrutura da criação

Ardida verdade de se escapa as mãos

Mentira o corpo, mentira a alma

Me tira meu coro, me tira a calma

Mentiras os mortos, viveram de trauma

Me cria a vida, da morte ressalva

Objetificada a maldade, mistura amarga

Observada a estrada, constrói e estraga

Obsoleta a escrita, que manchou a sala

Orbe da sabedoria, que não sabe de nada

Escondida dos fatos, não surte efeito

Destruída e ao cacos, se foi feito

Recombina os astros, não o creio

Reescrita nos traços, morreu no leito

Armada falácia, criada da bruxaria

Amada felina, arranha a cortina

Astuta menina, perversa a sina

Assídua a crina, forte, a cavalaria

Converso o caderno, amparoso esteio

Concreto os versos, grafitado meu texto

Conserto os sérios, pensamentos e anseios

Converto a ela, lápide dos meus erros.