G R U T A
O buraco foi aberto nos limiares
de um cosmo, onde sobreviveram
poucos e escaparam muito menos
ainda…
O buraco escuro sucumbiu
no lamaçal de corpos podres,
alçados ao tempo.
Pouquíssimos sobressaíram.
Uma vez que as pernas foram
esmagadas pelas pedras e aí
o desastre tornou-se fúnebre.
Foi aí que pela primeira vez,
certo eu, esteve concretamente
iluminado pela escuridão do nada.
Assim, então, fomos feitos, feios,
exatamente na abertura do
solitário… sozinhos fomos
arrematados para o além mar.
Lá naquela fenda
de quem um dia fomos.
Ou quem somos.
E o verbo se tornou substantivo
e fora conjugados entre nós.
Pestialidade.
Editada em 28.01.2000
Diamantina-MG
Reeditada em 25.08.2000