Sombras do Que Nunca Fomos
Por Giovanni Pelluzzi
Entre escombros do que restou de nós,
o silêncio ecoa,
como se cada palavra dita,
fosse apenas um prelúdio do fim.
Vi em teus olhos o reflexo de um mundo,
que nunca me pertenceu de fato,
e, ainda assim,
me apeguei à ilusão.
Teu adeus não veio em palavras,
mas em gestos que ferem mais que lâminas.
E aqui estou,
tentando remendar as cicatrizes
com linhas de um tempo que não volta.
O amor que julguei eterno,
se desfez em sombras,
e na noite que se segue,
sou apenas o vulto
do que um dia sonhei ser.
A dor, companheira fiel,
me abraça,
enquanto caminho entre memórias,
perdido entre o que éramos,
e o que nunca seremos.
Na solidão,
encontro meu refúgio,
entre versos que não rimam,
e amores que nunca foram.
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