C A I Ç A R A

Careço sim, dizer-te o fascínio

que se esconde atrás dessas duas

lentes, quentes, abrangentes

de um certo desejo de retribuir

o que a mãe-vida ainda te

proporcionou completamente.

A tão falada

audaz

voraz, felicidade.

Amarás sempre,

sem nada dizer

fazer, esse traçado

destino de uma dona

que não é sulina

menos ainda nordestina.

Oxenteeeeeee………….

Portuei… pontuei.

Imaginavas a vida como um mar

com rosas, no entanto, colhestes

espinhos. Eu sei… o que

vale um sorriso aberto com

gosto de primavera, verão,

outono e inverno… vidas

remotas que já não se

colhe mais.

Sarça, visão eloquente,

de um passado remoto

que ainda marca presença

num presente, absorto e

atordoado, só com um

sabor de um grande futuro.

Deixe-a queimá-la, e no

incenso de perfumes

trépidos, sentirás o aroma

nato do entardecer…

enriquecer. Abraça-me

Aqueça-me. Beija-me muito.

Pois tu és a essência

pura de uma mulher que

ainda se perde nas bahamas

de uma terna

doce, meiga e

absoluta…adolescência.

És uma raridade, um

esculpir

de almas gêmeas

que rondam o

alvorecer de

vidas alheias que não tão

pouco amam, mas apenas

rejeitam…

Argumentarás, afirmando:

como descobristes tanto, ó

minha cara beleza preta.

Inspiração minha.

Olhas-me nos olhos e me

acertas, com a dádiva de ser:

nos olhos

tão pequenos que guardam

bem lá dentro

deste meu coração, digamos,

apaixonados.

Ser secreto, que se esconde

atrás de um simples par de

lentes. És uma mulher…

és cai-sarça.

Fogo nerte de um

amar no coração

de almas sempre

ancoradas nos portos

da tua… nossa vida…

Sarça ardente da paixão,

é assim que tu sois.

Porque já dizia aquele

louco, intrépido

psicô de longas

vidas, quimeras

patéticas, poéticas.

E viva o cupido.

Editada em 16.09.2000

Itaobim-MG

Reeditada em 25.08.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 26/08/2024
Código do texto: T8137696
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