O Palhaço que habita em nós
As luzes do picadeiro
Se voltam para o palhaço.
De cara pintada, bolinha vermelha no nariz,
Vestes, jeitos e gestos ridículos
Cômico no falar, pastelão no caminhar
Foge do soco que lhe desferem
Equilibra-se na corda bamba
Dança rock, frevo e samba
Provoca a catarse da platéia
Cai e se levanta num salto
Escancara sua condição
De bobo para a diversão
Do respeitável público
Terminado o espetáculo,
some na coxia, fixa o olhar
no espelho e chora,
borrando a maquiagem,
Que escondia a verdadeira feição
Refaz seu personagem,
Retoca o sorriso na boca,
Que novo ato já vai começar