BIZARRICES
Não sei quando nem onde. Eu só sei que vi...
. . . .
Eu vi a falsidade em vestes de anjo,
Cantava belo e tocava banjo
E encantava com sua ternura,
Vi um velho surdo a cismar baixinho
Cantarolando por todo o caminho,
Todos diziam que era loucura.
Vi o amor chorar num ombro amigo
Vi a maldade receber castigo,
A solidão buscando um carinho.
Vi a saudade triste a suspirar
Eu vi a lágrima a se derramar,
O rastejar de passos no caminho.
Eu vi a flor que brotou da lama
Vi um herói refém da própria fama,
E um papagaio que dizia assim:
“Tudo o que eu quero tenho que buscar
Eu tenho asas é para voar
Se eu não fizer, ninguém fará por mim.”
(Maria do Socorro Domingos )