C O N T O
Imagine só o que é a solidão de um ser, prepotente, absoluto, sempre só, mais ninguém será. No entanto, quando bate aquela brisa do silêncio, o medo chega. a palavra manca e a boca, de seca chega gritar: água, por favor… água.
O silêncio, torna-se uma prece que nos faz despir, o mais profundo da alma nossa de cada dia. Que dor maldita!... É um momento intrépido, angústia de enxergar uma imagem verdadeira e real. É surreal.
A cabeça fincada na história, mostra o peito sangrando a flecha do eu… sou tu. Deveras, resto nu, porque não posso compor, cantar, nem pensar. Não! Por favor! Não me pergunte o porquê. Olhe-me na pupila e veja-me. Puxa! Quem sou? Contei várias vezes, expliquei, mas, ao acaso, restou apenas o balanço do acaso. Veja quem sou!!!
Confesso a ti ó criador, peço-lhe que ao julgar essa carcaça, compadeça-se de mim;
essa vergonha… porque estou com frio. Cubra-me com tudo que posso e cante uma música para eu… repousar… quiçá, dormir.
É violento… incrédulo, é anti-humano. Suplico-lhe… ore por nós. No teu canto, neste conto. É um pecado, porque não posso dizer-lhe: amém. O que direi? Olharei no espelho, e olha só… restou o que sobrou d´eu mesmo. Eu!!! Estou defronte, afrontado, açoitado… ansioso para apreciar-te nessa semelhança tua. Autor, poeta, inspirador, criador. Conta-me teus contos…
Vocês ouvirão?
Já contei.
Editada em 04.06.1997
Itália
Reeditada em 23.08.24
Eugênio Costa Mimoso.