E S T R E B A R I A

Eu te batizo

em nome do Pai-mãe

criador do seio da terra…

Em nome de Jesus,

este filho nascente,

presente, hoje e sempre.

Em nome do Espírito de

Saulos, Beneditas e tantas

criancinhas que brotam

dos ramos podados da vida.

… Houve uma tempestade,

um dilúvio absoluto,

enchentes avassaladoras, até

terremotos em Assis, porém

aconteceram às vezes… chances…

De repente vi uma lágrima

escorrer nos olhos do poeta.

Gemi de tristeza, pois esse

choro era também meu…

Debrucei-me no âmago do

inspirar. Nada saiu, senão o

nó na garganta… guardei um

silêncio longo: orai por nós…

pecadores… cegos perdidos

no meio da multidão atônita…

Pescadores!!!

Contemplei os olhos murchos

do cego e desejei esticar

a lamparina que ainda fumegava.

Clamei a nosso sinhô…

tenha pena de nós, deste

caboclo, fulminado pelo sol

do velho Jequi, sem honra.

Mas, lhe digo seu moço.

Sou osso duro de roer.

Não pesco mais, porque a

água escureceu. Suor desceu

na minha testa e o riso

preso nas minhas entranhas

sobressaiu…

Sou feliz, mesmo na lama.

A noite rompe e o açoite

da chibata continua no

meu lombo. É um assombro.

Para que lamentar,

se o bom mesmo

é acostumar com

aquilo que é oculto?

Ele nasceu num curral

padeceu na cruz

e ressurgiu numa gruta.

E hoje é o rei do universo.

Quem? Noel?

Esse é o da barca.

Eu estou falando mesmo

é de nosso sinhô Jesus

Cristo.

Dingo bel…

hoje é natal.

Editada em 24.12.1997

Editada em 23. 08.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 24/08/2024
Código do texto: T8135883
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