V E S P E R A TA
Ouça que maravilha
de silêncio, é inevitável
não apreciá-lo.
Donde vem? Para onde vai?
Sintam o quanto suave é a sua música, que:
Cala
Fala
Estala
Qualquer
coração
entorpecido
adormecido, indeciso.
Vejam como é duro viver,
reviver
viver
padecer de uma morte
rara
pálida e
sem nenhuma graça.
Palidez
empobrecer almas
vazias, ansiosas
doentias pelas
ias dessa… sócia-idade.
Peçam licença
carentes
quem sabe
para amar
marar
essa voz que não é sua
nem tão pouco minha
ma, de outrens.
Corram ao seu encontro
abrace-a
vamos mimá-la
acariciá-la…
sentí-la vorazmente
na mente dos
corações presos
no anonimato.
Porque assim, quem sabe
cada qual possa encontrar
sua felicidade
capacidade
de enobrecer
o total do nosso
desmerecer.
Curtamos a melodia,
certa nota,
tal clave, uma partitura
talvez.
Deixam-na descer
preencher
o nada interior
com amor.
Um dia talvez viveremos
saberemos
amaremos
toquemos
na nossa
sensibilidade
Será?
Saberás…
Editada em 26.01.1999
Reeditada em
22.08.24
Eugênio Costa Mimoso.