ESPELHO DA INDIFERENÇA

Em noites de silêncio profundo,

quando a lua sussurra segredos para o vento,

eu me perco em devaneios

sobre vocês, sobre o que foram um pro outro.

Conecto os fios invisíveis

do passado, presente e futuro,

tecendo uma tapeçaria de lembranças e esperanças.

Você, que se habituou como num sonho,

talvez não tenha notado

como o coração dela pulsava, vibrava,

quando a sua presença era a melodia

que preenchia a sinfonia dos dias.

Talvez você não tenha sentido

a felicidade desabrochando

com cada gesto, cada palavra,

quando você estava perto,

quando você se importava.

Ela desejava dar sempre mais:

mais carinho, mais atenção,

mais dela mesmo...

como se fossem para ela um rio

querendo alagar o mundo com sua essência.

Mas você, meu amigo, na sua cegueira,

preferiu arriscar perder

a joia rara do afeto verdadeiro,

em vez de parar e ver

que o que ela pedia era apenas o simples,

o natural, o facilmente oferecido.

Então, agora, sua pergunta ecoa,

“Por que o amor não sorri para mim?”

A resposta está no espelho da indiferença,

na falta de atenção,

no desprezo que, como sombra,

nublou a luz do seu sentimento.

A sorte esteve ao seu lado,

mas a forma como você fez ela se sentir

foi um véu que obscureceu

sua oportunidade de ser feliz.

A felicidade era um campo aberto,

mas você caminhou por atalhos de indiferença.

Agora, nas noites solitárias,

quando o silêncio é um abraço frio,

lembre-se: a sorte sempre esteve ali,

mas a chave estava na maneira de fazer

a outra pessoa se sentir especial.

E talvez, na reflexão,

você encontre o caminho

para abrir as portas

que agora estão fechadas

por causa da sua indiferença.

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 22/08/2024
Código do texto: T8134603
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