ESPELHO DA INDIFERENÇA
Em noites de silêncio profundo,
quando a lua sussurra segredos para o vento,
eu me perco em devaneios
sobre vocês, sobre o que foram um pro outro.
Conecto os fios invisíveis
do passado, presente e futuro,
tecendo uma tapeçaria de lembranças e esperanças.
Você, que se habituou como num sonho,
talvez não tenha notado
como o coração dela pulsava, vibrava,
quando a sua presença era a melodia
que preenchia a sinfonia dos dias.
Talvez você não tenha sentido
a felicidade desabrochando
com cada gesto, cada palavra,
quando você estava perto,
quando você se importava.
Ela desejava dar sempre mais:
mais carinho, mais atenção,
mais dela mesmo...
como se fossem para ela um rio
querendo alagar o mundo com sua essência.
Mas você, meu amigo, na sua cegueira,
preferiu arriscar perder
a joia rara do afeto verdadeiro,
em vez de parar e ver
que o que ela pedia era apenas o simples,
o natural, o facilmente oferecido.
Então, agora, sua pergunta ecoa,
“Por que o amor não sorri para mim?”
A resposta está no espelho da indiferença,
na falta de atenção,
no desprezo que, como sombra,
nublou a luz do seu sentimento.
A sorte esteve ao seu lado,
mas a forma como você fez ela se sentir
foi um véu que obscureceu
sua oportunidade de ser feliz.
A felicidade era um campo aberto,
mas você caminhou por atalhos de indiferença.
Agora, nas noites solitárias,
quando o silêncio é um abraço frio,
lembre-se: a sorte sempre esteve ali,
mas a chave estava na maneira de fazer
a outra pessoa se sentir especial.
E talvez, na reflexão,
você encontre o caminho
para abrir as portas
que agora estão fechadas
por causa da sua indiferença.