D.E.M.A.N.D.A.S

Foi-se o tempo que o coração ditasse

mais alto que a razão. Explico:

Nós dois era qui ném carne e unha.

Faltava tudo, mas, o que nos restava

mesmo era a bendita confiança.

Debruçado, resto hoje, no pedestal

do sentir e coloco-me a pensar,

Eita época boa!

Tanto fazia trigo ou joio,

não ligávamos, porque do quase nada

Fazíamos feijão do tudo posso.

Será que lembras bem?

Nossos braços se abraçavam

entrelaçavam, acarinhando-se

demonstrando-se.

No entanto, não éramos compreendidos.

Nossas gargantas clamavam cantos,

sem medo de sermos interpretados

por poucos corais.

Nossas pernas? Essas correram pela

vida, mas poucos seguidores

Nos acompanharam.

Nossos corações pulsavam

batiam acelerados, fazia

o nosso sangue e suor se

misturarem. Poucos valorizaram.

Deitavas teu rosto meigo e simpático

no peito meu e o teu repouso era

incontido. Parecia infinito.

E o tempo passou, e hoje me pego

a vagar pelas memórias desta estrada

longa e percorrida, sem nada poder

dizer ou fazer.

Restam cacos, tantas são as lembranças,

demanda saudades, que se aglomeram

aos quilos.

Hoje ando pela cidade afora em busca

d´uma memória histórica, farta, que

possamos chamar de: vitória.

Lágrimas derramadas, numa demanda

tão ineficaz; implacável entre o ser e o

saber, que não sabemos quem fomos.

Somos.

Seremos.

Basta-nos agora contemplar a moldura

na parede da sala de jantar

e suspirar.

Será você? Ou tão pobremente

sou eu? Dúvidas açoitam os anos

que restamos juntos.

Boa noite amor meu.

Apague a vela.

Eu?!...

Editada em 05.12.1997

Reeditada em 17.08.24

Eugênio Costa Mimoso.

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 22/08/2024
Código do texto: T8134312
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.