A SEMENTE DO AMOR
No silêncio da terra árida,
onde a solidão se aninhava,
um olhar cruzou o horizonte,
misteriosa semente,
plantada no fundo do meu ser.
Com mãos tremulas,
decidi cultivar o desconhecido,
regando de esperanças
cada dia que amanhecia,
minha alma, um solo virgem,
despertando ao toque suave
da brisa que trazia o teu perfume.
O amor, uma flor vibrante,
brotando em cores que eu não conhecia,
pétalas de alegria e dor,
desafiando a rigidez do meu coração,
que antes só conhecia a sombra
do medo de se expor.
Em cada instante,
aprendi a cuidar,
a paciência foi minha aliada,
o carinho, o adubo,
e a dúvida, a chuva que lavava
as pedras do meu caminho.
Teus sorrisos,
como raios de sol,
iluminaram a escuridão,
e eu, jardineiro do sentimento,
fui moldando a terra,
abrindo espaço para mais flores,
como se a vida estivesse
renascendo em cada toque teu.
E assim, nesse cultivo,
descobri que o amor é um aprendizado,
um laço que se entrelaça,
um crescimento que não se apressa,
onde a beleza está na espera
e na entrega constante.
Com cada estação que passa,
vejo meu coração florescer,
enfeitado pela presença tua,
um jardim que antes era só solidão,
agora um espetáculo de cores,
um reflexo da alma que se abriu
para o encantamento da vida.
E ao olhar para trás,
vejo a jornada,
um ciclo de flores e espinhos,
onde aprendi que amar
é também se conhecer,
é se permitir,
é ser jardineiro e flor,
cultivando o amor que brotou,
na terra fértil do meu ser.